Apresentação

 

Foi pedido pra que eu falasse um pouquinho de mim aqui, mas admito que não sei muito bem o que querem saber. De qualquer forma, vou falar o que me convém, como sempre fiz. Espero que eu me encontre no decorrer desse texto.

Bom, meu nome é Yohanna, eu tenho 20 anos (21 em exatos 10 dias, importante ressaltar) e nasci em uma cidadezinha do interior do Ceará chamada Sobral. Queria abrir um adendo aqui pra você que provavelmente nunca ouviu falar nessa cidade e dizer que foi onde o Belchior nasceu. Ok, voltando, eu também sou meio nortista considerando que minha mãe veio morar aqui no Amapá há muitos anos e me trouxe junto. Depois disso eu passei minha vida assim nesse vai e vem, entre lá e cá, entre cá e lá. Nunca passei tempo suficiente em um lugar pra dizer que criei laços com ele, mas também não posso dizer que não sinto saudade quando tenho que ir embora. Pra ser sincera, já estou acostumada com essa inconstância, minha trajetória me acostumou a encarar isso como uma zona de conforto. E, mais uma vez, depois de morar em exatas oito casas, vou me mudar de novo, agora para a minha nona casa, que vai ser em Belo Horizonte. 

Imagino que a pergunta que não quer calar é a de como eu vim parar aqui. Ou talvez não, provavelmente não. Pra quem ainda não sabe, esse é o segundo curso de graduação que eu começo, o primeiro foi engenharia elétrica que, de alguma forma que eu ainda não sei explicar, consegui me manter por quase dois anos. Sobre isso, tem uma coisa muito curiosa que é que quando me perguntavam o motivo de eu ter escolhido engenharia elétrica eu não precisava pensar muito, conseguia responder de uma forma muito simples e objetiva. "Gosto das ciências exatas"; "gosto de inovar e criar coisas novas"; "quero trabalhar com coisas táteis". Agora a parte curiosa é que, apesar de todas essas afirmações poderem ser usadas pra responder o porquê de eu ter escolhido estudar arquitetura, elas não me parecem suficientes, me faltam palavras. Eu não sei responder como eu cheguei até aqui, eu não sei o que me trouxe até aqui. Foi eu mesma ou foram minhas vivências? De qualquer forma, agora eu me sinto aberta à oportunidade de me reinventar, ou de não ser nada, se for o caso. 

Terminei esse texto sabendo menos sobre mim do que sabia quando comecei. 

Estou caminhando no incerto e idolatrando a dúvida.